A arte da natureza

A arte da natureza

A natureza é poesia, é a música mais erudita e a pintura mais bela que existe.

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Como é lindo, Senhor, poder enxergar com estes olhos que me destes, poder sentir a natureza entrando pelos meus poros, me envolvendo e dizer:

Deus existe, olhai e vede a lua cheia ou minguante, o sol forte ou fraco, as árvores com suas folhas embaladas pelo vento, vento esse que nos refresca e embeleza ainda mais as coisas que movimenta. E as águas? Ah! as águas, tão frescas, tão poderosas e tão necessárias à vida.

Vida, resumo da natureza! Olhai e bendizei a natureza pois ela, irmãos, é muito mais importante do que tudo que estais acostumados a admirar e comprar...

Ao romper do dia, sentei-me na campina, travando conversa com a Natureza, enquanto o Homem ainda descansava sossegadamente nas dobras da sonolência. Deitei-me na relva verde e comecei a meditar sobre estas perguntas:

Será a Beleza Verdade? Será Verdade a Beleza?

E em meus pensamentos vi-me levado para longe da humanidade. Minha imaginação descerrou o véu de matéria que escondia meu íntimo. Minha alma expandiu-se e senti-me ligado à Natureza e a seus segredos. Meus ouvidos puseram-se atentos à linguagem de suas maravilhas.

Assim que me sentei e me entreguei profundamente à meditação, senti uma brisa perpassando através dos galhos das árvores e percebi um suspiro como o de um órfão perdido.

Por que te lamentas, brisa amorosa? perguntei.

E a brisa respondeu: Porque vim da cidade que se escalda sob o calor do sol, e os germes das pragas e contaminações agregaram-se às minhas vestes puras. Podes culpar-me por lamentar-me?

Mirei depois as faces de lágrimas coloridas das flores e ouvi seu terno lamento... E indaguei: Por que chorais, minhas flores maravilhosas?

Uma delas ergueu a cabeça graciosa e murmurou: Choramos porque o Homem virá e nos arrancará, e nos porá à venda nos mercados da cidade.

E outra flor acrescentou: À noite, quando estivermos murchas, ele nos atirará no monte de lixo. Choramos porque a mão cruel do Homem nos arranca de nossas moradas nativas.

Ouvi também um riacho lamentando-se como uma viúva que chorasse o filho morto, e o interroguei: Por que choras meu límpido riacho?

E o riacho retrucou: Porque sou compelido a ir à cidade, onde o Homem me despreza e me rejeita pelas bebidas fortes, e faz de mim carregador de seu lixo, polui minha pureza e transforma minha serventia em imundície.

Escutei, ainda, os pássaros soluçando e os interpelei: Por que chorais meus belos pássaros?

E um deles voou para perto, pousou na ponta de um ramo e justificou: Daqui a pouco, os filhos de Adão virão a este campo com suas armas destruidoras e desencadearão uma guerra contra nós, como se fôssemos seus inimigos mortais. Agora estamos nos despedindo uns dos outros, pois não sabemos quais de nós escaparão à fúria do Homem. A morte nos segue, aonde quer que vamos.

Então o sol já se levantava por trás dos picos da montanha e coloria os topos das árvores com auréolas douradas. Contemplei tão grande beleza e me perguntei:

Por que o homem deve destruir o que a Natureza construiu?


(Khalil Gibran)

Nada acontece por acaso, em tudo existe o dedo da natureza.

Se você observar a natureza, verá que ela depende o mínimo de esforço em seu funcionamento. A grama não se esforça para crescer, apenas cresce. O peixe não se esforça para nadar, apenas nada. As flores não se esforçam para abrir, apenas desabrocham. Os pássaros não tentam voar, apenas voam... Essa é a natureza intrínseca.

A Terra não se esforça para girar sobre seu eixo; é próprio de sua natureza girar sobre o seu eixo. É próprio de sua natureza girar a uma velocidade estonteante e rolar pelo espaço.

É da natureza dos bebês o estado de graça. É da natureza do Sol brilhar. É da natureza das Estrelas piscar e reluzir. E é da natureza Humana materializar seus sonhos... E quando seus atos são movidos pelo amor, não há perda de tempo, de energia e de esforço. Ao contrário, tudo se multiplica e acumula. Temos nossa grandeza!

Libere-se para vislumbrar a verdadeira grandeza do Universo: Sorria! Ame! Sinta-se feliz! Aceite-se! Permita-se!

Vai caindo devagar a gota de chuva
Pelos muros da cidade enquanto eu
E você, encostados um no outro
Admiramos essa beleza da natureza
Enquanto eu e você, encantados
Nos deixamos deslumbrar pelo amor
Que sentimos um pelo outro e pela
Forma de todas as coisas do mundo
E pelo cuidado como tudo é natural
Na hora que nos beijamos e nos
Sentimos ligados por este algo maior